De 18 a 20 de abril, o Mirante Lúcia Almeida, no Centro de Manaus, recebe a programação especial do projeto “Olhar Indígena”, que reúne telas de pintura em tinta acrílica com foco na valorização das culturas ancestrais e das identidades indígenas e afro-brasileiras.

A exposição também traz dança, música, fotografia, audiovisual, rodas de conversa e propõe encontros artísticos e políticos em um espaço de celebração, resistência e memória.

A programação é gratuita e livre para todos os públicos, com visitação à exposição aberta diariamente das 7h às 0h, na Av. Sete de Setembro, 8 – Centro. Com realização do Xibé Lab, o projeto foi contemplado pelo edital da Lei Paulo Gustavo 2024 – Artes Visuais.

Exposição “Olhar Indígena na Pop Art”

Durante todos os dias do evento, o público poderá visitar a mostra “Olhar Indígena na Pop Art”, da artista plástica Keila Anjos, que traz uma releitura vibrante e contemporânea das cosmovisões indígenas por meio da linguagem visual da pop art. A exposição destaca rostos, símbolos e espiritualidades originárias, ampliando o debate sobre representação, pertencimento e ancestralidade na arte contemporânea.

PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA

Sexta – 18 de abril | Abertura a partir das 16h

A abertura da programação começa com o solo de dança “Afro Sente o Tambor”, coreografado e performado por Yasmim Sol, ao som da música “Sente o Tambor”, de Caio So. O espetáculo celebra a força da ancestralidade afro-brasileira com movimentos intensos e ritmados, que transformam o corpo em rito e resistência.

Na sequência, a DJ Balaclavu (@balaclavu) assume o som com sua energia potente. Balaclavu é DJ, produtora cultural e fundadora da @coytadamao. Com sets vibrantes que destacam artistas LGBTQIAPN+ e ritmos da cultura brasileira, suas apresentações misturam rap, trap, funk, axé, technobrega, reggaeton, afrobeat, r&b, lo-fi e outras sonoridades regionais.

Encerrando a noite, a banda Pariká apresenta o show “Encanto Ancestral”. Formado em 2020, o grupo instrumental de Manaus traz uma mistura de influências da música andina, rock, psicodelia, MPB, boi-bumbá, carimbó e ritmos afro-brasileiros como ijexá e maracatu. O show é uma viagem sonora por ritmos e vivências herdadas da ancestralidade, unindo o tradicional e o contemporâneo com experimentalismo e sensibilidade.

A Pariká é formada por Anderson Barreto e Clebson Lopes (flautas), Júnior Xoque e Afrânio Pires (percussão), George Lobato (violão) e João Felipe Serrão (guitarra e charango).

Sábado– 19 de abril | A partir das 17h

A programação de sábado começa com a roda de conversa “Demarcar é viver: Saberes Indígenas em Ação”, com a participação de Thais Kokama, Vanda Witoto, Cida Ariporia e Camila Garcez, e mediação de Jaqueline Kukama. O momento será de trocas e escuta sobre territórios, saberes tradicionais, resistência indígena e protagonismo feminino.

Logo após, o público poderá acompanhar a convivência fotográfica com André Cavalcante Pereira, descendente do povo Mayoruna do Alto Solimões, fotógrafo, videomaker, estudante de Biomedicina e ativista socioambiental. Em sua fala e exibição de imagens, André compartilha sua visão sobre Manaus, suas paisagens culturais e urbanas, propondo uma reflexão visual sobre justiça climática, arte, identidade e pertencimento.

A noite encerra com a exibição do curta-metragem “Manaus Solo Sagrado”, dirigido por Ramom Morato, que documenta a cena musical alternativa da capital amazonense, trazendo à tona vozes que criam, resistem e celebram seus territórios através da arte.

DOMINGO – 20 de abril | Encerramento a partir das 18h

O último dia começa com o solo de dança “Ancestrais”, mais uma vez com performance e coreografia de Yasmim Sol. Nesse espetáculo ritualístico, a artista convoca memórias e vozes ancestrais em uma linguagem que une corpo, espiritualidade e resistência afro-brasileira. Cada gesto é um rezo, um grito, uma oferenda.

Na sequência, a performance “Amor e Revolução” mergulha no período da ditadura militar brasileira para traduzir, em dança contemporânea, as tensões entre repressão, afeto e insurgência. Dois corpos em cena expõem as contradições do controle e da liberdade, revelando que o amor pode ser, sim, um ato político de resistência.

Encerrando a programação com potência percussiva, a banda Dishavai sobe ao palco com versões exclusivas e criativas de clássicos da música brasileira, com destaque para os tambores e sonoridades afro-amazônicas. O grupo traz ao Mirante um show que transforma memória musical em movimento de celebração coletiva.