A rotina do trabalhador no Distrito Industrial vai ser contada na peça “Operária”, com a atriz Kelly Vanessa, que estreia neste domingo (26/05), às 17h, no palco do Teatro Gebes Medeiros (Avenida Eduardo Ribeiro, 937, Centro). Os ingressos, disponíveis na bilheteria uma hora antes da apresentação, custam R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada). Profissionais que atuam em empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) também pagam meia-entrada.
Segundo a idealizadora da obra, Kelly Vanessa, durante 40 minutos, a montagem faz uma análise crítica da vivência na linha de montagem das motocicletas Hayabusa no PIM. Ela destaca que a reflexão não se limita à narrativa da experiência, mas busca explorar a natureza do trabalho, os conflitos de classe e o funcionamento do sistema capitalista.
“O que eu quero é falar sobre a qualidade de vida desses trabalhadores, que saem de casa 5h30 e voltam às 18h30, a realidade de muitas pessoas. A nossa proposta é receber esses profissionais no teatro e que eles possam se identificar nessa peça”, afirma a atriz. “Trazemos para cena o que acontece dentro da rota, na linha de montagem das fábricas, as diferentes funções desempenhadas, a cobrança por produtividade, a relação com o líder e a hora do almoço, que era um momento muito divertido”.
Kelly Vanessa explica que estudantes do Ensino Médio também são público-alvo do espetáculo idealizado a partir do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no curso de Teatro, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
“Eles são meu público-alvo porque eu fui essa estudante do Ensino Médio, que, aos 19 anos, entrou no Distrito Industrial pensando que seria o lugar de estabilidade financeira e foi totalmente ao contrário”, comenta a artista.
Ponto de partida
Kelly Vanessa trabalhou durante quatro anos na linha de montagem da Suzuki no Amazonas e essa passagem foi inspiração para as histórias apresentadas na peça. Ela lembra que,em 2014, pediu demissão da empresa para trabalhar no projeto Jovem Cidadão dentro da Secretaria de Cultura e, assim, iniciou a jornada no Teatro.
O próximo passo, conforme a artista, é levar a obra para apresentações em escolas de Manaus.
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